Este ano de 2017 foi tipo comida agridoce. Sabe? Aquela combinação improvável de sabores diferentes, que gera sensações bem incomuns. Coisas diferentes, com sentimentos diferentes. O esperado, com o inesperado. Improváveis reações e resultados.
Teve a dor, e a liberdade. Os tombos, e as conquistas. Os conflitos, e o refúgio. A fuga, e o enfrentamento...
A vida muitas vezes nos leva a desanimar de certas coisas. E a acreditar mais em outras. Nos faz questionar o nosso andar e ver o que, de fato, tem valido a pena.
Nos leva por caminhos doloridos da descoberta e da exposição. Exposição, esta, irreversível, às mazelas de uma rotina cansativa, de uma sociedade injusta e instável, de um próximo que não ama o outro como a si mesmo. Exposição intensa, também, ao tempo, esse agente invisível e implacável que nos faz refletir, às vezes, de maneira cruel, porém realista: o que estou fazendo com minha vida? Até quando viverei assim?
Dai a gente chora. Mas se lembra que não é hora de desistir de sorrir.
Não obstante todo o sofrimento que a realidade possa ter causado, este ano trouxe também coisas bonitas. Trouxe a possibilidade de aflorar o novo, explorado pelo viés da sinceridade, da esperança, do "por quê não?". Trouxe a leveza contundente que somente as sensações novas proporcionam. Trouxe a verdade. Trouxe a vivência de coisas inéditas, bonitas e saudáveis. Coisas que nos permitem respirar em meio à tanta poluição despejada mês a mês... E, sabe, foi ótimo.
Foi um permitir-se. Foi um renascer. Foi uma autorização para ser feliz, considerando que a felicidade pode luzir mesmo em meio ao caos já formado. Foi como sair do armário da ignorância, do medo, do comodismo, da hipocrisia, para desbravar uma nova e real existência...
Não foi fácil, e não será fácil. Mas vamos em frente plantando sorrisos, colhendo alegria. Eu sei que lá no fundo há muita beleza no mundo, eu só preciso enxergar.
Desejo mais amor. Mais esperança. Mais fé. Mais tolerância.
E um 2018 muito mais doce, a todos!