14 de jul. de 2011

Papagaios



Já não é tarde, ainda não é noite
mas isso pouco importa...
O tempo continua claro, e eles continuam lá,
reinando acima de nós, acima de todo o pó sedimentado sobre os telhados,
acima de nossas aspirações e ilusões astutas.



O céu outrora azul brilhante já não é tão brilhante,
o astro rei se foi e a rainha surge no horizonte oposto,
em forma de um grande queijo albino,
destoando da beleza do dia que se vai,
semeando graça genuína na noite que vem...
E eles continuam lá, reinando, sem pressa de parar...



Reinando na imensidão desse azul envelhecido,
dessas novens cor-de-rosa, iluminadas pela luz tangente do astro rei,
essas nuvens como que artesanalmente pulverizadas,
a fim de compor um cenário divino.
Que maravilha!



Papagaios reinando: demontrando a alegria da infância,
o desapego que reina no ser humano, enquanto ainda é ser humano,
enquanto ainda se emociona com o fato de poder voar...
Que ousadia! Dança, vai e vem, é livre!!



Papagaios reinando... um, dois, tres... são mais de dez!
Reinando, livres a dançar na imensidão dessa abóbada tão terrestre.
Livres a ziguezaguear, no intuito de transmitir o desejo daqueles que os governam:
o anseio por liberdade, a vontade de voar e ser livre.

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