22 de mar. de 2012

Pois é...


Cabelos Brancos

Uma pequena menina, sentada perto de sua mãe na cozinha, observava-a lavando a louça do almoço. De repente, percebendo vários fios brancos entre os cabelos negros da mãe, perguntou: "Mamãe, por que alguns de seus cabelos são brancos?" A resposta da mãe foi: "Bem, toda vez que você faz alguma coisa errada e eu fico infeliz, um de meus cabelos fica branco". A pequena menina pensou um pouco a respeito da resposta da mãe e fez nova pergunta: "Mamãe, como foi que todos os cabelos da vovó se tornaram brancos?"
 
 



Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós. (Mt 7.1,2)

15 de mar. de 2012

A primeira vez de um Advogado

Hoje foi a primeira vez que pisei no Fórum, depois que me tornei Advogado. Não me é um ambiente tão familiar, até porque meus estágios foram todos em órgãos federais, mas já havia estado lá algumas vezes.

A primeira vez a gente não esquece. E ainda mais: a primeira vez que participaria de uma audiência como parte (ainda que não fosse eu a parte, tampouco o procurador; ia apenas dar uma assistência descompromissada a um familiar).

E é diferente. Uma sensação estranha. Passar por aquela porta giratória com uma gravata e uma pasta da OAB em mãos, sendo tratado agora como advogado, e não mais estagiário, é realmente diferente. Como se agora tudo fizesse sentido. Como se finalmente eu estivesse no jogo, e pra valer, sem ser mero café-com-leite [na verdade, gandula]. Andar por aqueles corredores, olhando nos olhos das pessoas, de igual pra igual... não sei explicar direito. Nunca me imaginei nisso. Mas me senti muito bem.


Isso tem um peso especial. É como assumir um ônus, uma responsabilidade de ser o Doutor digno, responsável [sendo redundante], correto e capaz. Agora as decisões deveriam partir de mim; as questões que eu mesmo ainda fazia, no meu consciente, deviam ser respondidas por mim. Não tinha ninguém mais pra respondê-las. Era apenas eu e eu.


Mas tudo bem, eu não era o procurador da causa, era apenas um acompanhante que estava pronto e armado caso fosse necessário. Armado, em termos. Estar armado, nessas circunstâncias, é algo bem mais profundo e metafísico do que aparenta ser.

Ouvir "a senhora constituiu advogado?", e a resposta "não, ele é meu acompanhante", foi realmente prazeroso. Não pelo fato dela não ter me reconhecido como procurador, mas pelo fato de outro profissional do Direito ter me notado como tal. E esse foi meu primeiro ato, mesmo sem ser um ato. Foi informal, sutil, quase que tácito, mas foi meu primeiro ato. Mesmo ficando do lado de fora da audiência.

Em certo momento, me flagrei parado na janela do 3º andar do Fórum de Maringá, contemplando a copa verde das árvores e observando o alto e imponente logotipo do McDonald`s, num misto de reflexões e contentamento por aquilo tudo.. Foram minutos mágicos, em que em literalmente viajei. Mas como pode isso?? Um advogado parado na janela do Fórum, olhando a paisagem, enquanto todo o resto das pessoas ali trabalha?? Não faz sentido.

Realmente, pode parecer que não faz. Mas pra mim faz. É que tem que valer a pena, sabe.

Às vezes penso que escrevo essas coisas aqui só pra me gabar, e ouvir as pessoas dizendo "Ah, você é tão sensível, e fofo, e especial.." na verdade, escrevo essas coisas pra mim mesmo, como registro histórico. Tô tentando pregar uma peça no meu eu do futuro. Sim, pois seria trágico daqui a algum tempo eu me tornar uma pessoa fria e mesquinha, sem me dar conta. É isso, estou me preparando para um eventual choque de realidade. Quero preservar o que vivi e o que aprendi. E o que aprendi?

A tendência é que a gente deixe de se importar. É mais fácil ignorar o que há de belo, e se importar com o que há de necessário. Dinheiro é necessário. Status é necessário. Trabalho árduo é necessário. O problema é que, tudo isso, sem felicidade, não vale a pena. Eu aprendi que as pequenas coisas, que as minúcias do dia, isso sim vale a pena. De que adiantaria eu ser um grande e reconhecido profissional, se não tivesse a mínima capacidade de parar e observar como o dia está lindo, como Deus é perfeito e como seus amigos e familiares são importantes pra você? Que valor teria tudo isso? Ansiedade, estresse, preocupação, trabalho, rotina. Me chamem de hipócrita sonhador, mas penso que não vale a pena.

Foi nisso que pensei hoje naquele Fórum, vendo aquelas pessoas correndo, gente preocupada. Aquele momento na janela foi mágico e, quer saber, fico feliz por eu ainda fazer essas coisas. Restou em mim uma parcela de criança, uma parcela de infantilidade e imaginação. É tão bom saber disso! É tão bom saber que o medo e a vergonha não sufocaram aquilo que eu posso ter de mais puro: a capacidade de me alegrar com as coisas mais simples.

Espero que, daqui a alguns anos, quando eu voltar a este post, não me critique e não me surpreenda.  Espero que ainda valha a pena. Espero que me lembre desses tempos de profissional inexperiente e destemido, que ousava chegar até o parapeito da janela simplesmente para viajar e, a despeito do que meus companheiros de vida pensariam, SONHAR.

A primeira vez foi inesquecível e sim, eu quero me lembrar. 


9 de mar. de 2012

La Vida Loka: OAB, Monografia e Concurso Público

Pensei em começar assim: Nesta segunda-feira, finalmente, depois de anos de estudos, me tornei oficialmente advogado, e passei num concurso público federal. Tudo no mesmo dia.

Mas soa meio prepotente. E de fato é. Bom, vou tentar explicar tintim por tintim.

Passei os últimos dias ouvindo as palavras "Parabéns" e "você merece". Mereço mesmo? O que é merecer, ou aliás, o que é ser digno de merecimento? Bom, esse é um papo bem mais profundo, e não é o momento pra ele. Vamos aos fatos!

OAB

Exame da Ordem, o bicho de sete cabeças. Pelo menos é assim que os bacharéis em Direito, e toda a sociedade, o veem. Não sei se é realmente tudo isso. Bom, falar isso depois que se obtém a aprovação é fácil né ¬¬...

Tudo começou lá no meio do ano passado. Salvo engano, em junho ou julho. Alguns amigos haviam sido aprovados no primeiro Exame do ano, mesmo a gente estando ainda no quinto ano da graduação. E, como é sabido, quando uns passam, cresce a pressão e a expectativa sobre os demais: agora é a vez de vocês! Pois bem, foi assim que fiz minha inscrição para o meu primeiro Exame. Sacrifiquei minhas férias de julho, estudando para a prova, indo praticamente todos os dias até a biblioteca da UEM, lendo livros e acompanhando aulas online e apostilas. Sim, eu me esforcei. Talvez não tenha sido o suficiente, pois o dia da prova chegou e ... plaft. Tava difícil pra caramba, e eu reprovei. Aliás, achei aquela prova absurdamente sobre-humana. Se era mesmo, não sei.

Passada a frustração, me inscrevi pro próximo exame. Tinha que me conformar com a ideia de que eu não era tão bom, não era Nerd, e não, eu não tinha passado no primeiro Exame, como muitos diziam que ia acontecer.




Para o Exame seguinte, estudei muito, estudei mais. Um mês no intensivão, estudando sozinho, através de apostilas e cadernos, tentando reverter o quadro de derrota daquela primeira prova. E dessa vez deu certo. Funcionou!!! Reconheço que o grau de dificuldade dessa prova estava menor que o daquela outra, mas mesmo assim, eu estava mais preparado nessa. Contar as questões e saber que eu tinha ido além das 40 necessárias foi algo incrível, uma alegria indizível!

Fui então pra segunda fase. A temida segunda fase!! Havia escolhido Penal, a despeito da maioria de meus amigos, que preferiram Civil, Trabalho e Constitucional, e me acharam um insano, ou, no mínimo, corajoso, por me arriscar numa matéria na qual não tínhamos muita afinidade. Mas eu gostava de penal, pois lidava com isso diariamente no meu estágio no MPF, e era isso que importava. Poderia estudar Penal por semanas... era apaixonante.

Fiz então minha matrícula num cursinho jurídico, direcionado para a minha prova específica. E lá se foi mais um mês: estágio de manhã, cursinho à tarde, e faculdade à noite. Aulas de segunda a segunda, com simulados na Ejufe nos domingos. Foi um ritmo loucamente frenético. Exaustivo. Ah, claro, sem falar das provas da faculdade (era o último bimestre do quinto ano!) e da bendita da Monografia, a qual seria apresentada na mesma semana da prova final da OAB. Isso foi cruel!!!

Mas sobrevivi. Achei, muitas vezes, que minhas forças iriam embora. Teve dias que quis gritar. Teve dias que cai e me machuquei, literalmente rsrs. Teve dias que quis sumir, e outros que tirei pra descansar. Alguns amigos e familiares me ajudaram neste momento. Era tudo de uma só vez!!! Era um fardo pesado demais! Mas Deus é fiel, e não desamparo os filhos Seus... Graças a Deus.

Chegou a esperada semana da morte. Até escrevi no facebook assim: "Defesa de monografia (na 4ª) e prova de segunda fase da OAB (no domingo) na mesma semana, é só pra guerreiros!" kkk Alguns escreveram: "Força, vc vai conseguir", outros "Faca na Caveira, Weslley!!!". ahahah

Incrível a capacidade das pessoas de acreditarem mais em nós do que nós próprios, né? Isso tem me afligido há algum tempo. E foi pensando nisso que decidi parar de desacreditar em mim. Antes, decidi acreditar que sim, eu sou capaz, estou plenamente capacitado para os desafios que se apresentam diante de mim. E não quero que entendam isso como prepotência ou arrogância. Cada coisa a seu tempo. De tanto falarem que eu iria conseguir, acabei acreditando, e lutando unicamente com esse objetivo: VENCER.

Monografia

E foi assim. Chegou a quarta-feira. Dia da defesa da monografia. Eu não queria estar nervoso, eu queria acreditar que tudo ia dar certo. Queria deixar que os outros ficassem nervosos por mim, eu apenas queria estar em paz. Fui tentando relaxar, me esquecendo da responsabilidade e, assim, atropelando as horas. Quando me dei conta, naquela manhã, em torno das 8h30, já era a minha vez.

As horas apresentando pra mim mesmo, na noite anterior, tinham me deixado sem voz, porém confiante. Graças a Deus, durante a noite, minha voz foi restabelecida, e tudo estava ok naquela linda manhã de quarta-feira. O sol, o céu azul, meus amigos, e a minha apresentação. Deixei de lado todo temor, e levei meu relógio de mesa pra contar as horas, levei uma caneca de água pra hidratar as cordas vocais durante o discurso, e liguei o notebook. Distribuir um roteiro do tema foi muito importante (Educação ambiental: um estudo com ênfase no projeto de extensão "Os direitos de cidadania e o meio ambiente").

Bom, sendo breve, foi lindo. Distribui papéis, falei efusiva e tempestivamente, e rabisquei todo o quadro. Saiu tudo como eu esperava, e explodi de alegria ao receber nota 10,0, com indicação pra artigo científico. QUE MARAVILHA!!!


Vencida esta batalha, era hora de focar a prova que faria em 4 dias. Revisar, reestudar, aprofundar. Era muita coisa, não era fácil.

OAB: Final Fight

Mas maior é O que está em nós, do que o que está no mundo. Deus dá graça, sempre. O esperado domingo chegou, e com ele a prova 'mortal'. Após um belo e farto almoço em família, segui para o Colégio Regina Mundi, e esperava do fundo do meu coração que fosse a última que tivesse que ir até lá. A prova começa, folheio o caderno de questões, e abro um enorme sorriso ao perceber que eu sabia boa parte das respostas. Ou pelo menos o caminho para resolvê-las. Mas e a peça?? Essa gerou um pouco de dúvida, pois havia um dado errado e, com um pouco menos de destreza, o candidato poderia por tudo a perder. Mas esse não foi o meu caso. Eu percebi o tal erro, e agi como se ele não existisse. Digo, pressenti que aquilo tava errado, e fiz o que achava que eles queriam que eu fizesse... até aqui ficou confuso rsrs. O problema maior era identificar a peça, pois já havia caído Apelação no Exame anterior, e não me parecia lógico que caísse Apelação de novo. Mas caiu. E o que eu fiz?? Eu acertei! Hehehe Fui de apelação, e deu certo. Olhando bem o problema, não tinha muito como ser outra coisa.

Rolou aquela tensão pós-prova. Os comentários na saída. Mas eu estava até que tranquilo; mais confiante fiquei quando outros colegas de Penal disseram também ter feito Apelação.


Os dias se passaram, e um gabarito extraoficial manteve minhas expectativas de aprovação. Passei todo o mês de dezembro [2011] descansando, afinal a monografia, o final da graduação e a OAB haviam tirado minha tranquilidade naqueles últimos meses. Sério, fomos ao limite. O Natal foi lindo, e a alegria maior veio no dia 26, com o resultado do Exame: após muito F5 na página, pela tarde consegui acessar meu resultado: APROVADO!


Haha, APROVADO! Cara, que sensação maravilhosa! Hei, você passou na OAB!! Quase que automaticamente, divulguei a novidade pelas redes sociais [a praga nossa desses dias] e pelo celular. Inúmeros foram os depoimentos emocionados de amigos, que choraram pela minha conquista! Em casa eu vibrei com minha mão, não foi nenhuma grande festa, mas o suficiente pra nos alegrarmos.

Finalmente, eu tinha algo palpável para meu futuro!



Sim, porque no final da graduação bateu aquela crise: putz, o que farei depois de formado?? Afinal, até então, eu não tinha um emprego, não tinha passado em nenhum concurso, e não poderia advogar, pois ainda não estava habilitado. O que faria eu da vida, mero bacharel em Direito? Sim, foram duros os dias em que fiquei nessa crise... ainda bem que Deus sempre esteve ao meu lado, me ensinando a confiar nEle, a literalmente descansar e saber que Ele é quem sabe de nosso futuro.

Concurso do INSS
Eis que se iniciou o ano de 2012, e tive um uma proposta de trabalho. Todavia, teria que esperar meu processo documental de habilitação junto à OAB ficar pronto, e isso poderia demorar. Nesse entretempo, o INSS abriu concurso público - diga-se de passagem, o concurso mais aguardado e concorrido de todos os tempos da última semana! Até por isso titubeei se faria ou não... valeria a pena? Todo mundo só falava nesse concurso, era incrível..

Mas decidi fazer, até porque a inscrição era razoavelmente barata, e eu não tinha muito a perder. Ademais, o conteúdo do edital não era tão amplo, e vi em tudo isso a possibilidade de ser aprovado, mesmo com muita gente concorrendo e já estudando há muito tempo. Que linda decisão!

Resumindo: estudei todo o mês de janeiro e o início de fevereiro, muitas vezes num ritmo frenético - manhã, tarde e noite - para vencer o conteúdo. Estudei por livros que um amigo emprestou pra mim na BCE, por materiais que amigos me mandaram via e-mail, e por outros que eu já tinha, da faculdade. 

Eu sabia que, com disciplina e frieza, dava pra vencer o conteúdo. E fui estudando, sem muito comentar...

Um golpe quase que fatal eu levei quando saiu a relação de concorrência por APS: Loanda, minha escolhida - até porque pensei que fosse ser menor que a de Maringá - estava com 2548 candidatos, pra 4 vagas! Isso dá mas de 625 por 1!!! OMG!!

Sim, isso desanimou. Mas não me deixei abalar. Nem dava né, já estava estudando fazia semanas, e decidi ir até o fim. Pensei que, por mais que tivesse concorrência, o que eu tinha que fazer era dar o meu melhor, superar a mim mesmo, e estudar visando gabaritar a prova.

No dia da avaliação, olhei para aquele mundo de gente. Muitos tinham apenas o ensino médio, alguns também o superior. Boa parte se inscreveu porque o salário era atrativo, mas nem estudou nada. Pensei: quer saber, vocês podem ficar ansiosos por mim. Vou relaxar, e fazer o meu melhor.

E foi o que fiz. Boa parte dos candidatos saiu da sala com 2h de prova; eu achei as 3h muito poucas!! Não achei tão difícil assim... e cara, o Espírito Santo me ajudou muito, a lembrar tudo aquilo que eu tinha aprendido [e essa era a minha oração].

Saí de lá meio que rindo, confiante. Pensei ter ido bem, mas não dava pra saber como tinham ido meus concorrentes.

Terminado essa fase de estudos pro INSS - uma média de 40 dias -, agora eu não tinha muito o que fazer... somente esperar o deferimento da OAB, e o resultado do concurso. E o jeito foi curtir as férias da vida que eu dei a mim mesmo!

Descansar, relaxar, dormir, curtir... Nunca fiquei tanto tempo no ócio!! Quase um mês sa inatividade!!! Até me acostumei a levantar ao meio-dia... ah, mas isso não vem ao caso.

Bom, finalmente chegamos na presente semana.

Meu pedido na OAB foi deferido, e minha Cerimônia de Compromisso marcado pro dia 05/03, às 11hs. Eu já tinha uma extração de dente do juízo marcado nesse horário, tive que desmarcar. Não bastaa isso, o resultado do INSS também estava marcado para esse dia, pela tarde.


Bom, o cerimonial na OAB foi tranquilo. Celebração rápida de 1h, autoridades falando, e o tal do juramento dos advogados. Pronto. Finalmente eu era um ADVOGADO, agora apto a a profissão, sem nenhum tipo de impedimento!! Demorou, foi difícil e burocrático, mas deu tudo certo no final!!



Grande vitória alcançada, fui pra casa e tirei o terno, já pensando no resultado do concurso. Demorou. Apreensão. Angústia essa que consegui disfarçar vendo seriados na Internet e, como no dia da prova, deixei para que os outros sentissem em meu lugar.

Lá pelas 16hs, eis que publicam o bendito! Acessei, vi meus dados, e as questões acertadas. vi assim, bem discreto lá embaixo: "Classificação: 3". Será que eu era o terceiro??? *___* Já comecei a ficar emocionado, coração batia forte e acelerado... fui abrir a lista de aprovados pra ver a classificação geral... meu Deus! Eu realemente era o terceiro! E era quatro vagas!! Eu tava dentro!!!!


HAHAHAH

Fui na janela e gritei: "Mãe!!! Eu passei!!!"

A voz trêmula e emocionada dela pedia pra que aquilo fosse realmente verdade e, abraçados no meu quarto, vimos na tela do notebook que aquilo não era um sonho. EU FUI APROVADO!!!

Foi assim que, por incrível que pareça, eu me tornei oficialmente Advogado e Servidor Público Federal [ainda a ser nomeado e a tomar posse], num mesmo dia.

E foi assim que toda aquela apreensão de seis meses atrás foi convertida em alegria e esperança. Que alegria mais palpável!!! Obrigado Deus, por tudo isso!

Na verdade, sei que não foi tudo num dia só, nem mero acaso. Foram anos de estudo, dedicação e confiança em Deus, sabendo que ele jamais me desampararia, e sempre teria o melhor pra minha vida, de acordo com a vontade dEle.

Sou grato a Ele. E à minha família, amigos e colegas de trabalho e estudo. Se você está desesperado, sem visão, sem perspectiva... não desista! Creia! Vá à luta! Ainda que tudo diga que NÃO, se você acreditar, ainda existe a possibilidade do SIM!

Bola pra frente, pois Deus é Fiel.



*Escrevi pra caramba, mas é a minha vida, não dá pra ser diferente :)

7 de mar. de 2012


A Lua brilha lá no céu, e, bem perto, Marte esbanja formosura, rente às folhagens. Porque o tempo nublado é passageiro.

1 de mar. de 2012

Vênus, o céu e eu: paixões de um jovem astrônomo

Há quanto tempo eu não ficava assim, parado de madrugada olhando pras estrelas no céu?

Ontem conversando com um amigo pela internet, perguntei como ele se sentia fazendo 19 anos. Eu disse que os pais deles, apesar da idade, devem considerá-lo com um eterno bebê. Filho único, sabe como é. Mas ele me surpreendeu e disse: "pros meus pais eu sou um 'quase' adulto". Eu repliquei dizendo: acho que já deixei de ser um 'quase'...

Respondendo à minha pergunta: Há muito tempo. Muito tempo que não parava para contemplar as estrelas. Havia me esquecido de como são belas. Belas não, são incríveis! No calor da emoção, me peguei sussurrando: "não há nada, nada mais maravilhoso no mundo do que o céu. É incomparável!"

As lembranças do passado me fizeram viajar. O brilho avermelhado de Marte sobre o pé de jaca (Ah, Marte!!), Sírius ostentando toda sua magnitude, se gabando de ser a estrela mais power de nossa abóbada. Canopus logo ali, batendo aquele escanteio. E as constelações?? Órion, Cão Maior, Cruzeiro do Sul, a fabulosa [e mais bela de todas] Escorpião, e todas as demais que já nem me lembro o nome!!

Isso, nem me lembro. Quase nada restou daquele adolescente 'lunático' e apaixonado por astronomia, que passava horas estudando as construções estelares. É que deixei de ser 'quase', e cresci. Quando crescemos, adquirimos a irritante capacidade de nos preocuparmos. São tantas as preocupações que, até mesmo aquilo que nos fascinava e inspirava nossos sonhos, deixam de ser protagonistas e passam a mero sedimento, num lugar muito escondido, de nossa personalidade. Sim, sedimento! Estão lá, sufocados em algum lugar profundo e obscuro de nosso caráter, esperando, de alguma forma, que a gente se lembre que um dia aquilo foi importante pra gente, que aquilo fazia nosso mundo melhor.

Infelizmente hoje não há tempo pra tudo isso. Aquele pré-adolescente da 5ª série que, pela paixão a uma garota, descobriu em um trabalho dela que a Estrela D'Alva, aquela que brilhava perto na Lua no pôr-do-sol era, na verdade, Vênus (e era o ser mais fabuloso da noite!), já não existe mais. Quer dizer, existe sim. Só que está sufocado, procurando a menor oportunidade pra viver de novo. Quer saber, vou deixá-lo sair por alguns instantes, e reviver o que de mais belo um dia eu já vivi. Talvez seja o que está faltando: a graça da infância misturada aos palpites oníricos da juventude.

Não há nada de mais esplendoroso que o Universo e seus milhares de brilhos múltiplos. Tanta escuridão, tanta luz, tanta história. Deus é fantástico. 

E se Marte já me emocionou, espera só até eu me reencontrar com Vênus... vai ser demais.