18 de jun. de 2009

A razão...

Estou de volta. Não, eu não estava em período de provas, acontece que o tempo é pouco... a falar em provas, logo elas começam de novo. Isso não vem ao caso.

Hoje aconteceu algo diferente no Mudi. Problemas. É que o conceito de educação de pessoa pra pessoa pode variar, apesar de ele ser um só. Eu nunca vou entender os homens. Há uns dias atrás, perguntei ao Gilberto se ele acreditava que um garoto havia mijado dentro do cestinho de lixo. Ele disse que acreditava. Claro que não foi nenhuma criancinha, foi um marmanjão, já na adolescência (aliás, esses são os piores). Parece que querem mostrar sua soberania, sua independência, seu ego. O Gilberto me respondeu algo que me deixou pensativo: "A partir de agora vai ser assim, esse é o mundo que nos aguarda. Essa é a nossa juventude."

Frustração. Na mesma semana, estava conversando com uma das monitoras, amiga minha. Falávamos sobre a sala de paleontologia, e de como falar sobre ela aos visitantes. Como abordar o tema da evolução? Tem um quadro enorme na parede que mostra como o macaco mais primitivo teria evoluido até chegar ao homem. O problema é que todos estão orientados a falar o contrário: não, o homem não vem do macaco, se assim fosse todos os macacos teriam evoluidos e virado homens. Não existiriam mais macacos, e somente o homem. Afinal, nós não vemos mais nenhum mamute nem no mais "biologicamente correto" zoológico, tampouco vemos preguiças-gigantes por aí. Frustração: "Tá vendo, por isso que eu não gosto de estudar. Por mim passava o dia inteiro ouvindo música." Os homens buscam tantas explicações, sem nada encontrar. Apenas se frustram, como se estivessem sempre correndo atrás do vento, sempre se contradizendo.

Acreditar apenas no natural sempre nos frustra. Hoje algo me deixou ESTUPEFATO. Sempre confiante e tentando sorrir para a vida, levando tudo numa boa, lá vou eu... Fui ajudar aquela minha amiga lá na sala de anatomia, pois ela estava sozinha, e tinha q ter alguém para pelo menos ajudá-la a abrir a caixa do cadáver. Havia muito tempo que não me estressava desse jeito: os alunos, adolescentes, simplesmente se comportavam de maneira inadequada: conversavam, andavam e até tentaram tirar fotografia, num ambiente proibido. Ora, tudo isso foi falado antes, mas a falta de respeito foi imensa. Eu me senti desrespeitado, por estar ali ajudando a minha amiga, como aliás muitas vezes tenho feito. Para ser breve, aconteceu que ela teve que chamar a atenção deles mais de uma vez, e no final a professora veio ter conosco, pedindo que ela fosse lá embaixo se desculpar com a turma, por haver sido grossa com eles. Ora, grossa? Tudo bem, essa minha miga tem um jeitinho todo particular de ser, mas isso não legitima a professora a alegar que ela tenha sido mal-educada. Ora, ela tinha plena liberdade para parar a explicação e terminar a visita deles, pois eles não estavam se comportando nos conformes. Eu até pensei nisso, pois eles estavam muito agitados. O fato é que acabamos discutindo: eu, minha amiga e a professora.

Ora, eu pensei que ela estava se dirigindo até nós para se desculpar, e não para exigir desculpas. E a autoridade da monitora? Onde fica? Se não houver ordem, viveremos em barbárie. Não podemos deixar o pessoal fazer tudo o que eles querem; as regras existem para serem cumpridas. A alegação dela é que a minha amiga havia sido grossa, mal-educada e ainda havia deixado a desejar na apresentação. Acho que o conceito de educação dessa professora precisa ser revisto, pois não podemos estar em um lugar sem que tenhamos que nos submeter disciplina e ao controle vigente ali. Quem realmente foi mal-educado?

Isso tudo nos deixou num estado de raiva muito grande. Eu me segurei para não demonstrar a ira, a minha amiga também. Mas no final, por frágil, ela acabou externando tudo... com palavras, lágrimas e tudo mais... ela nem percebeu o quanto nervoso eu fiquei, por achar aquilo tudo tão injusto, tão bizarro.

Essas coisas acontecem, e elas servem para nos fazer crescer. A minha real vontade era de fazer uma besteira (e a da minha colega de fazer algo pior, talvez...). Mas parei para pensar no meu caráter, no meu comportamento (ninguém percebeu a real magnitude, mas por dentro eu estava explodindo).

Conclusão: não é fácil. Não é fácil conviver em sociedade. Não é fácil guardar a mansidão em situações tão adversas. Poxa, sempre busquei ser o mais calmo possível. Mas sempre tem uma hora em que a gente explode.

Essas situações nos ensinam muitas coisas: que nem sempre vamos ganhar, nem sempre vão reconhecer em nós a justiça e a verdade, e que às vezes pode tudo ser muito difícil. Preciso aprender mais sobre tudo. Tudo é muito confuso, e leva-se tempo para aprendermos a lidar com nossos sentimentos, com nossas vontades.

"Bem-aventurados os mansos, pois eles herdarão a terra", acho que esse é o versículo. O ser humano é tão incompreensível. Mesmo fazendo uma grande salada de fatos e sentimentos aqui, já me sinto melhor.

As vezes é difícil nadar contra a correnteza, é difícil ser diferente, mas esse é o preço que temos que pagar se quisermos almejar algo melhor para nós mesmos. Agradeço a Deus por tudo que tenho aprendido, e pelas pessoas que estão ao meu redor.

Eu creio que ainda há salvação. Não é fácil, mas ninguém disse que seria fácil. O preço maior já foi pago, na cruz do Calvário, por Jesus Cristo. Eu creio. Eu ouso pensar diferente.


E ademais, eu nunca mais serei o mesmo.


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