17 de mai. de 2011

Sacolinha nossa de cada dia

Foto: Gustavo T.

Enquanto bilhões de pessoas passam fome no planeta, e no Brasil 16 milhões de pessoas estão no nível da miséria, é indecente e inadmissível o uso e a fabricação sacolas feitas de alimentos (amido) misturados com derivados de petróleo.

Essas sacolas que as grandes redes de supermercados querem vender no valor próximo a R$ 0,20 são uma ilusão para o consumidor, pois somente se biodegradam em usinas de compostagem controlada. Onde existe isso em São Paulo ou no Brasil? A resposta é: não existe.

Essas sacolas não podem ser recicladas juntamente com os plásticos convencionais e se forem parar nos aterros, quando se biodegradarem, vão gerar metano, um gás 23 vezes mais prejudicial ao planeta.

Para explicar melhor, basicamente trata-se de alimento e dinheiro jogados no lixo, na forma de sacolas, com apoio do governador de São Paulo. Esse produto passará a ser mais um item com que o supermercado irá faturar.

Em Belo Horizonte já existe investigação sobre possível formação de cartel e em Jundiaí os preços dos sacos de lixo dispararam nos supermercados que vendem esse engodo de sacola de comida com petróleo.

Vamos repensar essa política de utilizar sacolas feitas a partir de comida enquanto o petróleo for nossa matriz energética. Não podemos pensar em queimar a nafta – matéria-prima das sacolas plásticas – e plantar alimento, usando terra fértil e água potável, recursos naturais preciosos para a humanidade, para fazer sacola que será usada apenas por meia hora.

Texto de Ana Dom

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