29 de set. de 2009

O Terminal

Quinta-feira, 24/09/2009.

Pela manhã deixo o meu serviço para ir fazer uma entrevista numa grande empresa. Era uma vaga de estágio, e a empresa fica quase fora da cidade.

Cheguei lá era 9h30 da manhã. Guardei a moto no estacionamento, fui conduzido para um auditório, e em seguida para uma pequena sala onde preenchi algumas folhas. Logo após, fui entrevistado pela psicóloga e então dispensado.




Fui ao banheiro, e logo depois procurei pela chave da moto, na mochila. Não encontrei. Procurei de novo; nada. Tá, então procurei várias vezes, freneticamente, mas sem nenhum resultado. Fui até o porteiro e perguntei se alguém a tinha encontrado. Com resposta negativa, voltei até as salas onde tinha estado.

Era 10h30 da manhã, e eu corri ao estacionamento pra ver se ela tinha ficado pelo caminho e se, na melhor das hipóteses, conferir se a minha moto ainda estava lá. A moto estava, mas nada de chave. A partir daí começou a tortura. Houve uma certa mobilização de alguns funcionários da empresa, mas todas as tentativas eram em vão. Revistamos os jardins, debaixo dos carros, perguntamos aos zeladores, mas nada.

Perguntei pra moça que havia me atendido, pra saber se ela não a tinha levado por engano. Em vão. Houve um momento em que todos desistiram de me ajudar, mas eu não tinha o que fazer: ou encontrava a chave, ou não tinha como sair. E o meu medo maior era que alguém a encontrasse e saísse com minha moto. Não havia mais onde procurar. Liguei pra minha chefe, pra avisar o que estava acontecendo, e que não poderia bater o cartão-ponto no horário. Liguei então pra minha tia, pra que ela, junto a minha irmã, fosse até a minha casa buscar a chave reserva.

Era 11h30. Na empresa, todos foram ao refeitório almoçar. Este ficava bem em frente ao estacionamento, e tinha uma enorme área de jogos. E eu estava ali perto, sentado, sozinho, com fome... só pedindo a Deus pra que tudo acabasse bem. De quando em quando eu dava mais algumas voltas pra tentar encontrar a bendita, mas nada. E ela era grande, não tinha como ninguém a ter visto.

12h00... 12h30... 13h00 De quando em quando passava alguém e me perguntava: "Ainda não achou?' E eu com aquela cara de... sei lá o que. Um funcionário bem simpático vinha sempre conversar comigo, dar uma animada. Ele era o zelador daquela região, e já havia me ajudado a vistoria o local. Ficava me perguntando onde ela poderia ter ido parar, se até o cestinho do banheiro virei de cabeça pra baixo em busca da dita cuja.

Foi quando tivesse uma ideia quase que salvadora: na sala de entrevistas, tinha um rapaz comigo. E se ele tivesse pego minha chave por engano?

Voltei correndo até a administração, e chamei pela moça do RH. Ela estava em horário de almoço. Perguntei se tinha como ela ligar pra ele, só pra tirar as minha dúvidas. Ela disse que "agora, agooora, não tem como... mas depois eu ligo pra ele e pergunto". Fiz uma cara de agradecido, e disse que estaria aguardando com esperança.

Meu estômago estava quase se autodigerindo, e minha cabeça voava em meio a pensamentos: teria que trocar a trava da moto, encontrar uma pessoa amiga que quisesse fazer isso comigo, pensava no medo que viveria sem saber quem detinha aquela chave, e coisas do tipo. Em meio a isso, orava a Deus e pedia por uma solução.

Era 13h30. Não havia mais onde procurar (havia percorrido aqueles 100 mts umas 20 vezes). Pensei: onde pode estar essa chave? Com quem?? mAS ESSA CHAVE AINDA VAI APARECER. AH, VAI. EM NOME DE JESUS.

De repente, o zelador do pátio vem sorrindo, e vi ao longe alguem fazer um sinal. Um rapaz que havia acabado de almoçar, e estava encostado no vestiário disse que alguém encontrou uma chave. O zelador disse: "Vem, vamos atrás do homem". Na hora me veio um sorriso. (Obrigado Jesus!). Fomos encontrar o homem, do qual nem me recordo o nome, na área de jogos, jogando truco. Com indiferença, disse que tinha encontrado uma chave e que estava na mesa dele. Acho que ele nem chegou a olhar pro meu rosto, só pro baralho em sua mão. Alguém foi correndo lá buscar a chave e... era ela mesma!!




Pô, porque ele não entregou para a recepcionista, ou para o porteiro??



Nesse mesmo instante, me lembro que alguém me perguntou: você não quer almoçar antes de ir embora?


0.o


Não, obrigado. Fui até a moto, fiz um elogio a ela. Montei e sai. No portão, encontrei minha tia que vinha chegando com as chaves reservas.

2 comentários:

Alcímero disse...

Ola Gostei do seu blog, bem interativo,
sou academico de turismo na UEMS.
tbm sou cristão.
lembrando sobre a perda da chave, sempre há pessoas que nao se interessam em colaborar com as outras pessoas, mesmo sendo algo que não tera valor e se deixam levar por vicios.
tenha um otimo final de tarde

PedroOo disse...

Nao sei como, mas tem coisas que só acontecem com você.

Aliás, acontece com todos, mas ninguem sabe contar como vc...kkkkkk

Sério mesmo, é como um filme!Se você nao ver o final fica desesperado...hahah

Abração!